tudoaquilo
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         ano 2
eu

O que pensei...
O que vi...
O que senti...
Continua sendo pouco...
Ainda não é tudo...
É quase tudo...
Talvez tudoaquilo...



outros







   quarta-feira, janeiro 29, 2003  
Passava um pouco das dezenove horas. A chuva tinha dado uma trégua, e podia-se ver alguns raios do sol da tarde, escapando por entre as nuvens.
O local era silencioso, de boa aparência, algumas árvores sombreando o caminho conhecido, belas residências, um bairro agradável. E como mais um dia de trabalho tinha ficado para trás, o casal caminhava vagarosamente, conversa solta, planos, idéias, resultados.
A travessia pouco atenta de uma rua, dois passantes vindo em sentido contrário, e... era um assalto. Poucas palavras, uma arma e a história de sempre. Abre a bolsa, carteira, dinheiro, cheques... Os assaltantes deviam estar atrás de ISO9000, ou algo do gênero... extremamente calmos e bem educados, pediam licença enquanto apalpavam um ou outro bolso, em busca de algo que valesse a pena. Mas definitivamente, não era o dia dos indivíduos. Na carteira dele, os últimos dez reais, um talão de cheques com duas folhas, cartões e documentos - não interessava; levaram os dez reais, e o celular. Na bolsa dela, um bloco de vales refeição sem uso, não foi visto, o celular não foi encontrado e os únicos dois reais que se puderam achar foram deixados, porque era muita pobreza. A maleta na mão dele chama a atenção - era do notebook. O detalhe, é que não era mais usada e por isso estava sendo levada para casa... vazia. Ou melhor, continha um pacote de pregos, pela metade, que estavam abandonados ali dentro, por falta de melhor lugar.
Terminado o encontro, cada um continuou o seu caminho, sem maiores problemas, sem agressões, sem violência. O casal, ou melhor, eu e Claudia, um pouco assustados, chegamos logo em casa. Quanto aos meliantes, devem estar pensando em mudar de vida, porque até assalto anda rendendo pouco ultimamente.

   . as 4:11 PM


   terça-feira, janeiro 28, 2003  
Em tempos de ausência de inspiração, que anda afastada, assustada com minhas tentativas de retorno às atividades normais, e colocação da casa em ordem, recebi um texto interessante. Desconheço sua procedência, o que não desmerece em nada a idéia contida, seja como fato pessoal, ou apenas como algo pra se pensar...

" Não posso acreditar que fizemos isso!
Olhando para trás, é duro acreditar que estejamos vivos até hoje.
Nós viajávamos em carros sem cintos de segurança ou air bag.
Não tivemos nenhuma tampa à prova de crianças em vidros de remédios, portas, ou armários e andávamos de bicicleta sem capacete, sem contar que pedíamos carona.
Bebíamos água direto da mangueira e não da garrafa.
Nós gastamos horas construindo nossos carrinhos de rolimã para descer ladeira abaixo e só então descobríamos que tínhamos esquecido dos freios. Depois de colidir com algumas árvores, aprendemos a resolver o problema.
Saíamos de casa pela manhã e brincávamos o dia inteiro, só voltando quando se acendiam as luzes da rua. Ninguém podia nos localizar. Não havia telefone celular.
Nós quebramos ossos e dentes, e não havia nenhuma lei para punir os culpados. Eram acidentes. Ninguém para culpar, só a nós mesmos.
Nós tivemos brigas e esmurramos uns aos outros e aprendemos a superar isto.
Nós comemos doces e bebemos refrigerantes mas não éramos obesos. Estávamos sempre ao ar livre, correndo e brincando.
Compartilhamos garrafas de refrigerante e ninguém morreu por causa disso.
Não tivemos Playstations, Nintendo 64, vídeo games, 99 canais a cabo, filmes em vídeo, surround sound, celular, computadores ou Internet.
Nós tivemos amigos. Nós saíamos e os encontrávamos. Íamos de bicicleta ou caminhávamos até a casa deles e batíamos à porta. Imagine uma tal coisa! Sem pedir permissão aos pais, por nós mesmos! Lá fora, no mundo cruel! Sem nenhum responsável! Como fizemos isso?
Nós fizemos jogos com bastões e bolas de tênis e comemos minhocas e, embora nos tenham dito que aconteceria, nunca nossos olhos caíram ou as minhocas ficaram vivas na nossa barriga para sempre.
Nos jogos da escola, nem todo o mundo fazia parte do time. Os que não fizeram, tiveram que aprender a lidar com a decepção...
Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros. Eles repetiam o ano! Que horror! Não inventavam testes extras.
Éramos responsáveis por nossas ações e arcávamos com as conseqüências. Não havia ninguém que pudesse resolver isso.
A idéia de um pai nos protegendo, se desrespeitássemos alguma lei, era inadmissível! Eles protegiam as leis! Imagine só isso!
Nossa geração produziu alguns dos melhores compradores de risco, criadores de soluções e inventores.
Os últimos 50 anos foram uma explosão de inovações e novas idéias.
Tivemos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade, e aprendemos a lidar com isso.

Você é um deles. Parabéns! "
   . as 10:11 AM  
... voltando... devagarinho...
   . as 10:04 AM