tudoaquilo
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         ano 2
eu

O que pensei...
O que vi...
O que senti...
Continua sendo pouco...
Ainda não é tudo...
É quase tudo...
Talvez tudoaquilo...



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   sexta-feira, junho 14, 2002  
... E continuando a comemoração do dia 12 - aproveito pra responder à pergunta vinda da Porta: Todo dia é dia dos namorados. E nesse ritmo, o programa do Guaíra ontem foi muito bom, bom mesmo. Casa cheia para o relançamento do "Grande Circo Místico" - perfeição de movimentos, figurino fantástico, riqueza de detalhes e boa música (prá dizer pouco)... - garantiram a presença do povo e os merecidos aplausos. E pra econimizar comentários fúteis, uma descrição oficial:

"Senhoras e Senhores, o espetáculo vai começar !
O GRANDE CIRCO MÍSTICO está de volta aos palcos brasileiros, em uma nova versão comemorativa de seus 20 anos"


Era uma vez a história de um grande amor entre um aristocrata e uma acrobata. Desse amor criou-se um circo. A saga do circo virou poema. Do poema nasceu inspiração para a mágica de texto, música e poesia. A magia ganhou vida no palco, em forma de dança. E o final feliz da história foi o sucesso. O itinerário do O Grande Circo Místico poderia ser contado assim – mas esta história ainda não acabou. Vinte anos depois de seduzir o país como o espetáculo de dança mais famoso apresentado no Brasil, além da trilha sonora mais clássica e celebrada já produzida para um espetáculo nacional, com as assinaturas de Chico Buarque e Edu Lobo, O Grande Circo Místico está de volta aos palcos brasileiros.

Com a intenção de resgatar uma obra que é, com certeza, uma das mais importantes escritas especialmente para uma companhia nacional, e comemorando as duas décadas de lançamento da primeira montagem, ele ganha nova leitura cênica com o Balé Teatro Guaíra e realização da Arte com Trato, sob patrocínio da Embratel (e apoios diversos). A nova montagem estréia no próximo dia 13 de junho, em Curitiba, e segue temporada nacional até agosto, passando por outras seis capitais – São Paulo, Rio, Recife, Salvador, Brasília e Belo Horizonte.

Criado originalmente para o Balé Teatro Guaíra em 82, O Grande Circo Místico encantou o país e sua primeira temporada foi apresentada em turnê nacional durante quase dois anos. Após seu lançamento, foi visto por mais de 200 mil pessoas em quase duas centenas de apresentações, lotando espaços como o Maracanãzinho, no Rio, e chegando depois a Portugal. A mágica que seduziu adultos e crianças volta agora com seus principais trunfos reforçados. O roteiro que Naum Alves de Souza preparou, sobre um poema de Jorge de Lima, ganha uma releitura. Edu Lobo finaliza oito novas canções instrumentais, que serão adicionadas à já consagrada trilha, que reúne títulos como "Beatriz" e "Sobre Todas as Coisas" e uma constelação de astros do calibre de Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Zizi Possi, Simone e Jane Duboc."

Mais informações em O Grande Circo Místico

   . as 9:54 AM


   quarta-feira, junho 12, 2002  
Hoje é uma data especial... tudo bem, você vai dizer que é mais uma apelação puramente comercial, assim como uma porção de outros dias, e coisa e tal...

Não é. No meu caso, não me refiro ao 12 de junho como "Dia dos Namorados" apenas, embora também goste da idéia... Tenho motivos duplos pra gostar do dia, pra acreditar no amor de verdade, pra ser feliz amando, pra ter uma mulher especial ao lado.

Protegendo-me da distante possibilidade de esquecimento, minha "cara metade", a mulher que eu amo, nasceu, há algum tempo, em um 12 de junho... foi um inverno peculiar em Curitiba... até a neve, que por aqui passara apenas em 1928, resolveu mostrar-se novamente... deixou a cidade branquinha, branquinha, foi embora, e nunca mais voltou... é, foi um ano especial.

Enquanto penso na alegria que essa mulher me proporciona, dia após dia, as palavras faltam... me é difícil falar do amor, em toda a sua extensão, sem correr o risco de subestimar o sentimento com palavras insignificantes... ou torná-lo insignificante com expressões comuns. Quero dizer muitas coisas, clarificar o que penso, anunciar o que sinto... mas meus neurônios estão por demais concentrados, absortos, ensimesmados, buscando formas de abandonar ainda mais a teoria, e de forma prática, em cada oportunidade, demonstrar o que vai, no fundo do coração...

E nessa guerra pacífica, mente e coração, teoria e prática, palavras e atos, deixo aqui registrado o fato simples, pueril, ingênuo até...

Claudia
Te amo muito
Feliz Aniversário!


   . as 10:09 AM


   terça-feira, junho 11, 2002  
Ocupa os jornais: A França faz feio e vai embora da copa... isso acontece do outro lado do mundo, e a França em um mundial de futebol ou fora dele, no que me diz respeito, não faz a menor diferença.

No entanto a notícia divide espaço com outra seleção mais próxima, vizinha mesmo... a dos números da violência. O "endereço"da vez (sim, porque as notícias continuam as mesmas - muda o endereço), é a história de final triste do repórter - sem dúvida um engano do lado maléfico da sociedade, um jogo contra o patrimônio, mas que colocou o assunto outra vez em pauta. Em época de Copa do Mundo, o personagem tem de ser importante pra virar notícia - caso contrário, ganha duas ou três linha de jornal em um canto qualquer - não é o caso. Desde a confirmação dos fatos descritos, ficou claro que o autor da tragédia enganou-se - estava mais uma vez fazendo juz ao apelido que leva: maluco.

E apenas como reforço (do que também já foi dito), esse não é um caso isolado - acontece todo dia, e porque as vítimas não trabalham na Globo não quer dizer que tenham menos importância. É novamente o poderio da mídia tornando relevante o que interessa (também, se fossem fazer o mesmo em cada caso, iam faltar jornais para se colocarem as homenagens).

Quanto a culpabilidade da TV no caso... não se obriga um repórter a estar onde não quer - com o tempo de estrada do indivíduo, ele tem liberdade de escolher o que quer fazer, em que guerra estar... e com toda ciência dos riscos envolvidos... e até o gosto pelo perigo. Por outro lado, se fazer o que ele fazia no morro é perigoso, também é fato: Não existe mais lugar nenhum seguro - podem existir alguns mais perigosos, é apenas isso.

Vivo em Curitiba, e aparecemos menos nos jornais, embora com os mesmos problemas. Minha esposa trabalha no centro cirúrgico de um hospital especializado em trauma (açougue mesmo), e todos os dias passa por lá o que temos de pior por aqui - com todo o aparato de segurança necessário - aquilo tem mais policial que delegacia, paciente algemado é rotina e por vezes o pessoal interno precisa de escolta para deixar o hospital. Trabalhadores também entram na estatística, mas na maioria esmagadora dos casos, o povo que chega carregado, não estava indo à igreja - estava em algum lugar complicado e fazendo o que não devia.

Isto não atenua os fatos - apenas nos coloca na intermediária - ainda longe da desgraça total... por enquanto. Ainda é cedo para qualquer afirmação a respeito, mas temo que amanhã, este seja mais um caso esquecido... tudo vai continuar igual... ou pior. A utopia do discurso bonito, das soluções miraculosas, não resolve - de forma
realista, não existe nenhum milagre para a situação atual e a mistura existente entre gente boa e marginal, entre policial e bandido deixa isso bem claro.

A propósito, apesar de toda a "inconstitucionalidade" sempre lembrada, ainda estou para ver o governo com hombridade suficiente para usar todos os meios possíveis - no que me consta, hoje, todos os meios, significa operação de guerra, e a utilização das forças armadas para por ordem na casa. Afinal, a função do exército não é proteger o país? Estamos precisando... desculpem minha falta de visão, mas acredito que os benefícios seriam bem maiores do que as perdas...

   . as 4:27 PM


   segunda-feira, junho 10, 2002  

Metade
Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço,
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente
Complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.

   . as 4:40 PM