Estive em Foz do Iguaçu de novo, e por acaso, hospedado no hotel sede do XXII Congresso Brasileiro de Turismo para 2002... haviam 5500 vagas disponíveis para o evento, o que representa umas 6000 pessoas circulando nas imediações, de todos os lugares que se possa imaginar... uma concentração de pessoas por metro quadrado impressionante... em busca do mercado enorme do turismo...
Muito sol, calor, e todo aquele povo muito a vontade... só que aquele vento quente acabou trazendo o prometido. Amanheceu chovendo muito por essas bandas, o ar um pouco mais frio... aquelas coisas de começo de inverno... não devemos congelar ainda, mas talvez a torcida dos Argentinos da fronteira esteja dando certo, e a venda das jaquetas e blusas, muito bonitas por sinal, sofra um aumento considerável... e eles estão precisando... mesmo.
Na terra da "muamba" tudo continua igual... ou melhor, ainda mais cheio. É interessante, porque fala-se em crise, da diminuição do movimento, das operações tartaruga dos fiscais da fronteira (não por acaso, em épocas muito propícias), e as ruas tem cada vez mais camelôs, cada vez mais gente vendendo as mesmas tranqueiras. As ruas vão sendo engolidas pelas barracas, e o trânsito de veículos de toda espécie e tamanho torna-se cada vez mais caótico ... e se aquele lugar já é feio quando se tem o sol, quando chove, é impossível descrever... o lixo acumulado pelo descarte das embalagens mistura-se a um lodo vermelho que escorre pelos morros, deixando tudo ainda mais sujo (como se isto fosse possível). A experiência é interessante... você passa a considerar a sua cidade como a mais limpa do mundo.
... Ainda estou aqui. É... contrariando talvez algumas vontades ocultas, ainda não passei desta pra outra, não mudei de planeta, o endereço é o mesmo, nem o telefone mudou. E na ausência de alterações significativas, o volume de coisas pra fazer também não mudou... por isso a ausência. E entre idas e vindas, apenas um olá...
E indo de trás pra frente...
Bom domingo, aquele do dia das mães, dos presentes, da festa ,da fila no restaurante, de comer bastante, da vontade de continuar dormindo... mas haviam detalhes a resolver, coisas a fazer... a cama precisou esperar... continua esperando.
Sábado, noite. As perspectivas de um programa qualquer, animado, cederam espaço pra uma preguiça terrível, um vídeo... e cama.
Sexta e Quinta... Foz do Iguaçu... o que o homem colocou lá, não ajuda em nada, é verdade... mas o espetáculo da natureza continua inquestionável... que o digam a quantidade de turistas estrangeiros naquele aeroporto em pleno mês de maio... e em cada avião que chega ou vai embora... nas ruas, a "Babilônia" continua... uma confusão de idiomas que cruza a ponte em direção ao Paraguai, ou do outro lado, indo parar na Argentina. Naturalmente, o comércio não é mais aquele - a clientela dos hotéis vem mudando, e o povo do outro lado do mundo não vem aqui buscar "muamba" - querem ver algo bonito... e voltam impressionados, apesar de nossa estrutura ser precária.
O rio Iguaçu está baixo... mesmo assim, visto de cima, é água pra ninguém botar defeito... deixa os gringos de boca aberta. Então, o avião aterrisa... aeroporto no meio do mato, estradas de terra margeiam a pista, dois ou três pequenos caminhões de bombeiro em baixo de um "puxadinho", uma casinha com chaminé e fumaça de verdade, tratores velhos puxando a bagagem, todo mundo andando pela pista e um pessoal com cara de índio segurando plaquinhas escritas a mão com nomes complicados... você confirma rapidinho de onde vem o conceito estrangeiro de Brasil, aquele mesmo dos filmes, onde todo brasileiro dança lambada, ou é traficante ou escravo dele e todo mundo vive na festa...
Mas é bom voltar lá... tão bom que amanhã estou lá de novo... mas eu volto...
