tudoaquilo
tudoaquilo
         ano 2
eu

O que pensei...
O que vi...
O que senti...
Continua sendo pouco...
Ainda não é tudo...
É quase tudo...
Talvez tudoaquilo...



outros







   quinta-feira, setembro 27, 2001  
Iniciei minhas atividades mais tarde hoje. Um resfriado na hora errada, exigiu-me um pouco mais de cuidados - preciso melhorar até a noite, e estar falando dentro do aceitável.
Toda a perturbação mundial dos últimos dias tem me deixado um pouco enjoado. Não sou dado a tragédias. Embora tenha uma necessidade quase fisiológica de estar bem informado, a quantidade de informações perturbadoras me faz mal. Quando assisto a um filme, onde tragédias reais são representadas, fico a todo tempo tentando imaginar a realidade dos fatos, a verdade assustadora escondida no romance - isso me incomoda. Nas imagens do últimos dias, a sensação é a mesma...
Hoje, no Estadão ( http://www.estadao.com.br/magazine/ ) chamou-me a atenção uma entrevista, de um repórter polonês, feita pouco antes do Natal de 2000, com Massoud, líder da oposição afegã, que morreu em um atentado, dois dias depois da tragédia americana. Me pareceram palavras inteligentes, uma demonstração de normalidade emocional, em meio ao inferno da guerra.
De tudo porém, destaco uma resposta, simples mas contundente. Transcrevo:

Repórter: "O senhor não acha que o ideal a que dedicou sua vida – um Afeganistão justo e livre – está a cada anos menos acessível? Não sente, apesar de tudo, derrotado?"
Massoud: "Derrotado? Mas eu estou lutando."

É verdade. Não pode existir a menor sombra de derrota, enquanto continuamos lutando...
   . as 9:56 AM


   quarta-feira, setembro 26, 2001  
Como humanos, temos a capacidade de complicar a vida... qualquer coisa por demais simples, nos parece sem importância - e valorizamos nosso modo de pensar, complicando.
Escrevemos dezenas de palavras para exprimir uma idéia... embora tenhamos opinião formada sobre algumas coisas, falamos muito, dizemos pouco. Por vezes, somos apanhados procurando intenções em palavras não ditas, conceitos em frases não redigidas... ou dando voltas e mais voltas para expressarmos uma idéia.

Com toda a apregoada extinção das distâncias, vivemos uma crise de comunicação. Um ato ingênuo pode ser mal interpretado, ocorrendo em uma sede de governo ou em uma refeição familiar. E temos de explicar todos os nossos comportamentos...

Tenho saudades das liberdades verdadeiras... de expressar meus sentimentos pela simples razão de tê-los... de falar sem preocupar-me com falsas interpretações... de brincar na chuva sem os olhares espantados dos vizinhos... de demonstrar amor por um simples gostar... de ser simples, simples como a vida.
   . as 12:07 PM


   terça-feira, setembro 25, 2001  
... palavras. Alguns nascem com elas, é o dom de escrever: As palavras fluem de forma absolutamente natural, e podem discorrer sobre qualquer assunto com muita maestria. Acontece também o oposto, os que detestam a palavra escrita e são avessos a qualquer leitura. Se é personalidade ou influência do meio, não sei, não vem ao caso.
Entre os extremos, outros ... os que contentam-se com a leitura, apreciam a boa escrita, devoram livros... ou os leitores de jornal, esporádicos, superficiais...
Estou aí também, em outro grupo... dos que se arriscam no terreno das letras, da junção de palavras, da construção de caminhos, mesmo não sendo portadores do dom.
A maior dificuldade? Mais do que alinhavar idéias, dar seqüência aos pensamentos, difícil é o começo... difícil seja, talvez, qualquer começo, toda mudança, uma primeira vez.
E por essa nossa dificuldade humana com o novo, adiamos... adiamos o começo da escrita, mas também deixamos pra depois aquele projeto, empurramos para a frente uma boa idéia, protelamos a vida... vemos o tempo passar, e acabamos por aceitar que... "é muito tarde para começar, eu devia ter feito isso naquele tempo"...

"O importante não é a perfeição com a qual conseguimos realizar o que deve provir da vontade, e, sim, que o que tiver de surgir nesta vida, por mais imperfeito que venha a parecer, seja feito uma vez para que haja um começo!" Rudolf Steiner

... me fez pensar... estou na média... é apenas um blog, que por "imperfeito que venha a parecer" já é um começo...
   . as 12:18 PM


   segunda-feira, setembro 24, 2001  
Vídeo@quilo
@@@@@ dispensa comentários
@@@@ recomendo
@@@ bom
@@ pra dias de chuva
@ tempo perdido

Riverdance (Riverdance: The New Show - 1996) @@@@@
Revi o musical - impressiona sempre pela produção, luzes, orquestra, tudo. Impressiona muito mais pela perfeição dos movimentos. Fantástico.
Monkeybone (2001) @
Uma hora e tanto de sono jogados fora (mais o dinheiro da locação); acho que meu senso de humor envelheceu - apenas o doador de órgãos ressuscitado consegue salvar "aquilo" de ser uma lástima total.
O Inglês Que Subiu a Colina Mas Desceu a Montanha (The Englishman Who Went Up a Hill But Came Down a Mountain -1995) @@@@
Visto e revisto, leve, tipo de filme que faz minha cabeça - tanto, que gravei da TV pra ver de novo - compensou o desastre anterior.
O Homem Sem Face (The Man Whithout a Face - 1993) @@@@
Bate pesado em nossos preconceitos, medo do desconhecido. Não sou bom para filtrar frases de filmes. Minha concentração na história não me deixa escrever e meu tempo não me deixa ver de novo para anotar. Nesse consegui uma: "O que foi, foi-se" - não é longa mas é profunda, não acha?
Encontrando Forrester (Finding Forrester - 2000) @@@
Sean Connery em suas atuações costumeiras... e boas. A história é simples, mas agrada. Do talento de escrever: natural e oculto, a descoberta, as impressões deixadas, as reações.
A Cura (The Cure - 1995) -
Fui dormir - não tenho paciência pra esse gênero de filme; já havia assistido, e a história é muito boa - mas se a vida já tem suas histórias complicadas, por que revê-las?
   . as 12:25 PM  
...estou voltando do final de semana. É, voltando - a semana inteira plugado no mundo, exige uma pausa - é quando não leio e-mail, não visito páginas, não atualizo nada, não me atualizo, fica tudoaquilo para segunda... Quereria sequer ter acesso ao computador... impossível. A vida não funciona mais sem a tal máquina.
Daí, que recebo os amigos em casa, final de semana... e são três pessoas... e três máquinas. Quatro, a Jenyfer brinca no quarto com a outra...

Aparecem idéias sobre a participação em um evento - é algo grande, deseja-se causar impacto. Nada que criatividade... mais três ou quatro computadores não resolvam...
Temos a apresentação de um assunto, logo mais. As pessoas estão lá, vieram ouvir, falo... e a máquina projeta o assunto em uma tela...
Conversamos das futilidades da vida, do apego das pessoas as coisas, do desapego das pesssoas as pessoas... falamos das amizades, da dificuldade em expressar sentimentos, da facilidade em sermos mal interpretados. Surge um exemplo: amizade sincera, demonstração clara, impossível descrever, é preciso ler. Onde está? Em um e-mail...

Enfim, os textos estão nela, as fotografias são visíveis dela, não se fala mais em público sem ela, as músicas saem dela, a filha brinca com ela, os controles de trabalho da esposa são feitos por ela, e até o vídeo - aquele momento de viagem ao universo cinematográfico - é DVD, roda nela...

Mas não posso reclamar; afinal, o sustento também vem com ela... e até para escrever estas besteiras... dependo dela.

"Não somos o que deveríamos ser; não somos o que queríamos ser, não somos o que iremos ser; mas graças a Deus, não somos o que éramos." Martin Luther King

Ainda bem...
   . as 9:19 AM