Depois de um longo e tenebroso inverno em que esta coisa(*) permaneceu em hibernação, entre bocejos e espreguiçadas típicos, e antes que o sono venha novamente, resolvi atualizar os links aí do lado. Alguns ainda moram na mesma casa, outros mudaram pra uma vizinhança melhor, com vista pro mar. Uns foram pra conjuntos de moradia popular e alguns simplesmente desapareceram - devem ter ido pro outro lado do mundo, sem deixar rastros. Perdi o contato com quase todo esse povo, mas pela consideração aos tempos idos, seguem todos os encontrados aí, com os endereços devidamente atualizados. No processo de confirmação e atualização, fica clara a diferença entre as espécies. Tem um povo elétrico, que segue escrevendo e palpitando sobre tudo e todos, todos os dias ou várias vezes no mesmo dia. O legado de idéias publicadas virtualmente é algo imenso - é o pessoal que sustenta as estatísticas de multiplicação de conteúdo na Internet. Mas fiquei conformado, porque tem uma galera do meu time - os que arrumaram algo mais útil pra fazer, ou continuam hibernando... estou na média. Daí aparece de novo aquela pergunta básica - porque escrevemos?
(*) Antes que alguém pense besteira, a coisa é este espaço e não quem o escreve, ok?
E estamos outra vez caminhando para o final do ano... são comuns os comentários sobre nossa percepção da passagem tempo, que parece correr mais depressa. Na realidade vivemos buscando mais tarefas a desempenhar, lugares a visitar, coisas a conhecer - e o dia segue com 24 horas. Nessa esteira, uma revisão mental das últimas andanças revela uma boa dose de lembranças; e gosto da vida assim. E como uma imagem vale mil palavras - e essa conta pode ter sofrido efeito do tempo também - um pouco do que vivemos...
Ruínas de São Miguel - RS(03/06/2006) Prudentópolis - PR(17/06/2006) Farol de Santa Marta - SC(08/07/2006)
Tem sido bem mais complicado reativar este espaço do que eu imaginava... tempo de qualidade é algo escasso e pequenas sobras já vem com a preguiça pendurada.
O fato de que o povo deve estar sempre ocupado com algum assunto pra não pensar na própria desgraça parece se confirmar a cada dia. Afinal, nos últimos tempos nosso modo brasileiro de viver reclamando tem sido bem alimentado. Certamente nunca tivemos uma crise geral tão abrangente e de tão longa duração como a que ocupa os jornais atualmente - envolve política e políticos, governo e oposição, finanças e confiança. Mais da metade das notícias veiculadas tem alguma ligação com o tema, o novelo segue a cada dia mais enrolado e tem-se a nítida impressão de que todos devem alguma coisa, embora alguns consigam uma melhor explicação. A sede de vingança demonstrada por outros não tem limites, e em nome da transparência pública, pessoas e instituições são atropeladas sem um momento de exitação. o pensamento corrente é o imediatismo e é preocupante saber que a propaganda eleitoreira ainda vem por aí - é difícil imaginar que cobras e lagartos seguem enclausurados até o momento crucial. Caça e caçadores ocupam o mesmo reduto e vendem a imagem de que mais nada se produz em nossas casas legislativas, exceto uma troca de denúncias entre uns e outros, absolvições e condenações (mais daquelas que destas) e a busca incessante por alguma informação que comprometa, entre uma e outra comemoração. Nossos legisladores ocupam-se em julgar, o governo tenta escapar do julgamento e os que deviam julgar preocupam-se com o próprio salário. O cidadão comum é o único que segue com sua própria função, buscando ganhar o necessário a cada dia. Ou seja, de toda a confusão pouco ou nada muda, e face ao tempo e recursos dispendidos, já temos espaço para uma CPI sobre o andamento das outras CPIs. ...
A semana passada foi bem especial. Merecia um post único, sufocado por outras prioridades.
Assim, embora atrasado alguns dias como de costume, não posso deixar de registrar a chegada, em 25/01, da
Lyara
primeira filha da Geise, minha irmã única. Felizmente correu tudo bem e a moça está passando seus primeiros dias em nossa casa, sob cuidados e mimos da mãe e da avó... só quero ver no que essa menina vai virar...
E já estamos indo pra Fevereiro... Com a grana curta, o período de férias tem sido bem diversificado... vou colocar o diário em dia, prometendo não voltar mais ao assunto.
No 25 de dezembro alguém conseguiu juntar uma parte da família pro domingo de churrasco/piscina em Agudos do Sul - PR... apesar do clima típico curitibano de final de ano, a idéia deu tão certo que no 1 de janeiro, entre família e agregados tínhamos 12 carros e caminhões, umas 50 pessoas... e o clima continuava aquilo, mas a festa rendeu.
Em janeiro, continuamos "de plantão" no escritório, já estive em Campinas para mais uma implantação de sistemas e Claudia continua instrumentando. Jenyfer foi pra praia com a tia Mara, e não teve jeito: depois de quase duas semanas, precisei descer a serra pra buscar a criatura...
O outro lado dessa história, é que a permanência em casa, tem rendido boas visitas.
Minha irmã Geise, redonda, espera por aqui a chegada da Liara, que deve acontecer em qualquer dia desses, noite ou mudança de lua... como moram em Ponta Grossa, o Sandro fica indo e voltando...
Mr.Cancella apareceu em casa dia desses, vindo de Alvorada - RS pra colocarmos a fofoca em dia. E tá do mesmo jeito e tamanho. Depois de "despachar" mulher e filha pra visitarem as tias lá no norrrrte, voltou pra Paranaguá, na casa dos pais - deve estar por lá, curtindo o sol.
Depois de muito conversê, Marcio conseguiu convencer os pais a revisitarem Brasília... e pegaram a estrada com vontade, vindos de Taquara - RS. No acordo estava a promessa de retorno rápido pra cuidar da casa e da criação... mas tinha que ser de avião claro, porque de ônibus, já chega o Citral pra Porto... A passagem deles por aqui nesta segunda, coincidiu com o dia mais quente das últimas décadas, quase 35 graus... como já esperávamos, foi divertido colocar "Seu Gabe" e "Seu Nica" pra conversar - e tá feita a prosa. Mas o que "Seu Gabe" mais gostou mesmo foi a quantidade de aviões que passam por cima de casa todos os dias. Até porque segundo ele, prédio, casa e gente tem em todo lugar. "Dona Lenita" segue determinada a emagrecer, comendo pouco e perdendo quilos estrada a fora - segundo ela já se foram 7... detalhe: o Márcio tem encontrado todos os que ela perdeu e mais alguns - e está quase nos 3 dígitos - pra desconsolo do "Seu Gabe" que sempre se orgulhou de ser mais pesado e agora ficou nos 92. Quanto ao calor, devem ter trazido isso na bagagem, porque hoje o clima aqui está bem mais ameno. E seguem na estrada visitando os parentes, lá por Minas Gerais em uma hora dessas... Ah, Marcio - avisa o pai que o milho estava muito ruim - acabou de primeira e quem não estava em casa ficou sem.
Pra fechar o mês, ainda temos uma ida a Belém - PA agendada... mas isso fica pra outro dia.
Em um dos últimos posts - e está logo aí embaixo (26/03/2003), o comentário era o da correria de sempre, com o adicional do retorno à faculdade. Bem... e já estamos no último ano, com carga horária menor pra compensar o desespero do TCC. E que venha fevereiro...
Se você tem conta em banco, matriculou-se am algum curso ou precisou colocar seu endereço em alguma base de dados, já deve ter se deparado com as famosas alterações cadastrais. Números de telefone mudam, o e-mail pode ser outro, o endereço... Na Internet a dinâmica é ainda maior - os links aí do lado que o digam... precisam de revisão.
Afrodite sem Olimpo - a página não abre... Expressoes Letradas - minha amiga Debby anda em outros sítios; mas o provedor é educado... Fel Amargando Felicidade - CCintia mudou de endereço, mas deixou uma placa na porta: "mudei para..." Lemniscata - endereço ainda correto e post de 31/12... tá em férias... Macacos no Sotao - servidor do Terra informa: "página não encontrada" Mare - o endereço é o mesmo... as férias também... Menina Com Uma Flor - endereço ok e post em dia... alguém sempre fica de plantão... Menina de Cristal - página não abre... Meus Momentos - aeeeeee! Mais uma com mesmo endereço e posts em dia... tava ficando preocupado... Periplus - na área e atualizando... Porta Lateral - uma mensagem indica uma segunda porta... que não abre de jeito nenhum... Reporter Mosca - aterrisou em maio de 2004... sem despedidas... mais um. Sintese das Antiteses - na área, até 01/01... Sub Rosa - setembro de 2005... uma saída silenciosa... The Chatterbox - a animação da Fer continua no mesmo ritmo... que vontade... Udigrudi - e esse também não existe mais...
Eram 16... 8 se foram... quantos chegaram? Preciso atualizar isso aí... urgente. Toda ajuda é bem vinda...
Todos temos nossa rotina - imposta ou desenvolvida, fruto das circunstâncias ou cuidadosamente costurada. E reclamamos de nossos afazeres na mesma proporção em que nos apegamos a eles. Alguns hábitos carregamos da infância – é fácil perceber isso no banho, quando guiamos o sabonete exatamente da mesma maneira, a toalha cumpre sua missão na mesma ordem e em nenhum momento é exigido grande esforço intelectual. Outros hábitos são modernos, frutos da explosão científica e contribuição fiel de nosso estresse contemporâneo. Cabe aí nossa dependência das traquitanas tecnológicas que povoam quarto, cozinha, sala e escritório. Em noites de pouco sono minha diversão é contar os leds multicoloridos espalhados pelo quarto, ou adivinhar o número de botões de cada amontoado de teclas cuidadosamente arrumadas nos controles remotos, telefones fixos e celulares, uns dez ao todo. Na mesma esteira, vem nossas manias com refeições, trabalho, lazer - dos programas que não vimos na TV por assinatura porque ficamos pulando de canal em canal, até o desespero para checar os novos e-mails no período de férias, tudo é mania. Das manias de Internet - uma aparição na minha vida desde quando minha filha engatinhava, e lá se vão quase doze anos – a verificação diária e repetitiva de duas contas de e-mail é algo estabelecido. Apenas de segunda a sexta; mantenho sábados e domingos como tentativa de manter o pouco de sanidade que me resta. A novidade e insegurança iniciais com as mensagens de correio eletrônico cederam espaço rapidamente a praticidade, viraram costume mecânico, dependência consentida. E foi em mais uma dessas verificações diárias que recebi um e-mail. Um processo automático semanal contendo um relatório da quantidade de acessos a essa página – mantidos a média de um por dia, mesmo depois de 870 dias sem atualização. Um saudosismo repentino me fez relembrar o endereço, abrir a página, reler os últimos “posts”. E lembrar de outra mania, perdida no tempo, de escrever sobre a vida, as pessoas, as coisas.
É... estou de volta; sem aviso, sem compromisso, sem rotina...
É... não morri ainda (e acho que já escrevi isso por aqui...); tampouco econtro-me desaparecido ou em local incerto.
É que um comentário deixado no último post, com a simples pergunta "e vc, cadê?" me deixou pensativo... Um sonoro "sei lá", me pareceu a resposta mais adequada. Pra ser sincero, ando meio perdido mesmo. Algumas coisas, porém, continuam as mesmas:
1. A vida continua boa;
2. As andanças também continuam (Cuiabá - MT, Juiz de Fora - MG, Salvador - BA, só este mês...);
3. Ainda sonho em voltar a escrever direito isso daqui;
4. A família vai bem, obrigado.
E tenho de confessar... alguns amigos não me deixam abandonar este espaço, meu último ponto de contato com o mundo, sem sentir remorsos - tem a Deby (do comentário acima), a Dani (que com uma graça de hipocrisia chama isso de LINDO), e outros malucos. Valeu povo... tô aí ainda.
A propósito, preciso trazer as fotografias de volta pra este espaço - elas fazem parte da minha vida. Só falta um espaço descente prá armazenar as imagens que não fique me fazendo trocar de endereço. Ainda acho um...
... pra quebrar o silêncio, uma música do Maná de que gosto...
... sem mais, sem menos, sem comentários, apenas gosto...
En el muelle de San Blas Música: Fher y Alex / Letra: Fher
Ella despidió a su amor
el partio en un barco en el muelle de San Blas
El juró que volvería y empapada en llanto
ella juró que espararía
miles de lunas pasaron
y siempre ella estaba en el muelle, esperando
muchas tardes se anidaron
se anidaron en su pelo y en sus labios
Llevaba el mismo vestido
y por si el volviera no se fuera a equivocar
los cangrejos le mordian
sus ropajes, su tristeza y su ilusion
y el tiempo se escurrio
y sus ojos se le llenaron de amaneceres
y del mar se enamoró
y su cuerpo se enrraizó en el muelle
Sola, sola, en el olvido
sola, sola con su espíritu
sola, sola con su amor el mar
sola, en el muelle de San Blas
Su cabello se blanqueó
pero ningún barco a su amor le devolvía
y en el pueblo le decían
le decían la loca del muelle de San Blas
y una tarde de abril
la intentaron trasladar al manicomio
nadie la pudo arrancar
y del mar nunca jamás la separaron
Sola, sola, en el olvido
sola, sola con su espíritu
sola, sola con su amor el mar
sola, en el muelle de San Blas
Sola, sola, en el olvido
sola, sola con su espíritu
sola, sola con el sol y el mar
sola, sola, sola en el olvido
sola, sola con su espíritu
Sola, sola con su amor el mar
sola, en el muelle de San Blas
se quedó, se quedó, sola, sola
se quedó, se quedó, con el sol y el mar
se quedó ahi, se quedó, hasta el fin,
se quedó ahi, se quedó, en el muelle de San Blas
Apenas para variar um pouco, algumas coisas teimam em acontecer diferente do planejado. A enorme satisfação com as atividades diárias, trabalho e tudo mais, acaba sendo atropelada pelo amontoado de tarefas, coisa que o povo importante chama de "agenda cheia". Daí, que minha nobre intenção de um maior contato com esta página de baboseiras ainda não se concretizou. Já bateu um mês de novo.
Apenas a título de relatório, e justificativa também (isso fica com um jeitão de diário...), este mês já estivemos em Buenos Aires e Córdoba, na Argentina, "hablando con nuestros hermanos", e no momento, estou em Belém - PA. Como tudo é muito longe, devo ter perdido minha inspiração em um aeroporto qualquer. A propósito, se alguém encontrou, manda por e-mail... está fazendo muita falta.
Mas eu volto...
Cá estou para minha aparição mensal... Não é um processo construtivo; longe disso. No entanto, ainda não manifesto pretensões de desistir deste espaço, embora a quantidade de atividades torne impossível uma maior assiduidade.
O primeiro bimestre da faculdade já passou, as primeiras provas vieram e se foram, o feriado transcorreu dentro da normalidade, a páscoa idem, e estamos na estrada novamente, pra ser exato, em Ijuí - RS, onde amanhã temos treinamento com o pessoal de escola.
Pronto, bati o cartão... apareço por aqui ainda esta semana... espero.
Fui...
É... O tempo voa... Já comentei aqui de minha "fixação" por horas, minutos, segundos, relógios, ponteiros, tempo... Esta prisão consentida é teoria e prática, motivo de minhas tristezas e alegrias, lamúrias e agradecimentos. Afinal, algumas horas atarefadas ainda me são melhores do que os minutos de completa falta do que fazer, embora não lembre mais de minha última experiência do gênero.
Por essas e outras, minha última aparição por aqui deu-se em janeiro...são quase dois meses. O trabalho de sempre, algumas andanças por São Paulo, Goiânia, Campo Grande, São José do Rio Preto... Pra ajudar, retornei às aulas este ano, e o convívio da faculdade me tem feito bem - tenho sido um aluno bem assíduo: Quando estou em Curitiba, estou em sala.
De tudo isso, a única falta é de um maior convívio com a família - passar em casa apenas para dormir é o mais complicado. Mesmo assim, estou feliz; tudo tem andado muito bem.
Então vamos lá...
Passava um pouco das dezenove horas. A chuva tinha dado uma trégua, e podia-se ver alguns raios do sol da tarde, escapando por entre as nuvens.
O local era silencioso, de boa aparência, algumas árvores sombreando o caminho conhecido, belas residências, um bairro agradável. E como mais um dia de trabalho tinha ficado para trás, o casal caminhava vagarosamente, conversa solta, planos, idéias, resultados.
A travessia pouco atenta de uma rua, dois passantes vindo em sentido contrário, e... era um assalto. Poucas palavras, uma arma e a história de sempre. Abre a bolsa, carteira, dinheiro, cheques... Os assaltantes deviam estar atrás de ISO9000, ou algo do gênero... extremamente calmos e bem educados, pediam licença enquanto apalpavam um ou outro bolso, em busca de algo que valesse a pena. Mas definitivamente, não era o dia dos indivíduos. Na carteira dele, os últimos dez reais, um talão de cheques com duas folhas, cartões e documentos - não interessava; levaram os dez reais, e o celular. Na bolsa dela, um bloco de vales refeição sem uso, não foi visto, o celular não foi encontrado e os únicos dois reais que se puderam achar foram deixados, porque era muita pobreza. A maleta na mão dele chama a atenção - era do notebook. O detalhe, é que não era mais usada e por isso estava sendo levada para casa... vazia. Ou melhor, continha um pacote de pregos, pela metade, que estavam abandonados ali dentro, por falta de melhor lugar.
Terminado o encontro, cada um continuou o seu caminho, sem maiores problemas, sem agressões, sem violência. O casal, ou melhor, eu e Claudia, um pouco assustados, chegamos logo em casa. Quanto aos meliantes, devem estar pensando em mudar de vida, porque até assalto anda rendendo pouco ultimamente.
Em tempos de ausência de inspiração, que anda afastada, assustada com minhas tentativas de retorno às atividades normais, e colocação da casa em ordem, recebi um texto interessante. Desconheço sua procedência, o que não desmerece em nada a idéia contida, seja como fato pessoal, ou apenas como algo pra se pensar...
" Não posso acreditar que fizemos isso!
Olhando para trás, é duro acreditar que estejamos vivos até hoje.
Nós viajávamos em carros sem cintos de segurança ou air bag.
Não tivemos nenhuma tampa à prova de crianças em vidros de remédios, portas, ou armários e andávamos de bicicleta sem capacete, sem contar que pedíamos carona.
Bebíamos água direto da mangueira e não da garrafa.
Nós gastamos horas construindo nossos carrinhos de rolimã para descer ladeira abaixo e só então descobríamos que tínhamos esquecido dos freios. Depois de colidir com algumas árvores, aprendemos a resolver o problema.
Saíamos de casa pela manhã e brincávamos o dia inteiro, só voltando quando se acendiam as luzes da rua. Ninguém podia nos localizar. Não havia telefone celular.
Nós quebramos ossos e dentes, e não havia nenhuma lei para punir os culpados. Eram acidentes. Ninguém para culpar, só a nós mesmos.
Nós tivemos brigas e esmurramos uns aos outros e aprendemos a superar isto.
Nós comemos doces e bebemos refrigerantes mas não éramos obesos. Estávamos sempre ao ar livre, correndo e brincando.
Compartilhamos garrafas de refrigerante e ninguém morreu por causa disso.
Não tivemos Playstations, Nintendo 64, vídeo games, 99 canais a cabo, filmes em vídeo, surround sound, celular, computadores ou Internet.
Nós tivemos amigos. Nós saíamos e os encontrávamos. Íamos de bicicleta ou caminhávamos até a casa deles e batíamos à porta. Imagine uma tal coisa! Sem pedir permissão aos pais, por nós mesmos! Lá fora, no mundo cruel! Sem nenhum responsável! Como fizemos isso?
Nós fizemos jogos com bastões e bolas de tênis e comemos minhocas e, embora nos tenham dito que aconteceria, nunca nossos olhos caíram ou as minhocas ficaram vivas na nossa barriga para sempre.
Nos jogos da escola, nem todo o mundo fazia parte do time. Os que não fizeram, tiveram que aprender a lidar com a decepção...
Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros. Eles repetiam o ano! Que horror! Não inventavam testes extras.
Éramos responsáveis por nossas ações e arcávamos com as conseqüências. Não havia ninguém que pudesse resolver isso.
A idéia de um pai nos protegendo, se desrespeitássemos alguma lei, era inadmissível! Eles protegiam as leis! Imagine só isso!
Nossa geração produziu alguns dos melhores compradores de risco, criadores de soluções e inventores.
Os últimos 50 anos foram uma explosão de inovações e novas idéias.
Tivemos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade, e aprendemos a lidar com isso.
Saudaçoes blogueiras, devidamente ambientadas em 2003, que também já anda pelas tantas...
Depois de alguns dias de trabalho, pra começar bem, férias. E tem sido boas... boas o suficiente pra dispensar comentários. Diferente de anos anteriores, sem praia, sem a sensação da mistura de sol, calor, sal & areia... descanso, cidade tranqüila, casa idem, a oportunidade perfeita pra se colocar em dia aquelas promessas pessoais que já viravam calendários. Na semana que passou, uma pausa pra uma pequena cirurgia - explico, nada grave... apenas fechamento definitivo da "fábrica". Afinal, a Jenyfer já tem 9 anos e a família de comum acordo decidiu que ela seria filha única. E o corte sobrou pra mim. Sem maiores complicações, estamos voltando. E pra não se perder o costume, começo de trabalho em viagem, passando a quarta e quinta em São Paulo.
Então, só me resta reforçar os desejos de sucesso pra todos nós em 2003, aproveitando a continuidade do otimismo generalizado em que nossa galera anda mergulhada... vamos nessa!
E o Natal passou... bom, pelo menos no calendário. Em casa, o clima continua o mesmo... A passagem do dia 24, com uma galera em casa, muita festa, muita alegria. Aproveitamos pra juntar o aniversário de nossa pequena (não mais tão pequena) que completa 9 anos no próximo dia 28... e foi muito bom mesmo. O dia 25 foi de um sossego absoluto. Almoço em família e... cama. É, isso mesmo... nosso clima de verão, deve estar com inveja de Nova York... e se não pode ser neve, então teima em ficar próximo dos 15 graus... sem sol, muitas nuvens... então...
Passada metade da festa, fica o desejo de uma passagem de ano muito legal... ou melhor, o que desejamos, você pode ver em nossa mensagem de natal. É simples... mas é bem verdadeira.
"Perdoe"...Debby, a propósito, muito bem comentado...
"Pule, grite,faça estrepulias, dê um beijo bem gostoso e lento em quem você ama, diga eu te amo, não deixe de dizer para alguém especial o quão esse alguém é, brinque com seu cachorro, se atire numa viagem dos seus sonhos, mergulhe em suas profundezas e traga de lá o seu melhor renascido"... Analu... Ufa!
Então tá. Mais algumas palavras foram acrescidas à nossa lista...
"Seja você mesmo"... Menina de Cristal "Compartilhe, reflita, solidarize, ofereça, retribua"... Mare "Cheire... Durma... Acaricie... Afofe... Dance..." Priscila.
E para o caso de você discordar de algum destes termos, para tudo existe uma explicação... e pode ser encontrada nos comentários do post anterior.
E o Natal está chegando... depois de duas semanas de um clima muito chato, chuva e até frio (incomum para o nosso dezembro mas totalmente comum para Curitiba), o sol apareceu e aqueceu um pouco - e aí, pude gastar algum tempo de final de tarde, empoleirado no telhado de casa, pendurando quase 2000 lâmpadas. Acredito que este processo seja um ótimo exercício para a paciência - Afinal, tem-se de ter cuidado para não cair do telhado, para não danificar as telhas, para não arrebentar os fios, para não quebrar as lâmpadas e para verificar a causa de uma ou outra parte que deixa de acender. Mas o resultado compensa... e aos poucos, a vizinhança vai ficando mais alegre...
É apenas a chamada publicitária, em um encarte da Vila Romana. Mas é uma coleção de palavras bem interessante para esta época do ano... e para todas as épocas. Mesmo assim, devem existir ainda mais palavras; é uma lista que pode ser ampliada... alguém se aventura?
Vai chegando o final de ano, e eu, que já sou meio atrasado pra algumas coisas, fico atrasado inteiro. Não, não me interprete mal. Não sou do tipo de chegar tarde pra reunião, fazer todo mundo esperar em festa de aniversário, dar bolo em amigo que pede favor com hora marcada, ou deixar a cara metade criando teia de aranha em aniversário de casamento. Gosto de chegar cedo, me preocupo com os imprevistos e costumo carregar 10 ou 15 minutos no bolso pra alguma eventualidade - afinal, pesa pouco e pode ser muito útil. Meu problema é com a virtualidade. Afinal, se tudo pode ser virtual, porque não o tempo? Assim, que, de forma inconsciente, aquele e-mail pro aniversariante sai com uns dois dias de atraso, ao que se sucede a leitura do blog vizinho. Com isso, os posts só acontecem uma semana depois, e as respostas aos comentários acabam prescrevendo, mortas por senilidade absoluta diante dos novos fatos. Não, não tenho justificativa, estou ciente. É um crime que não merece perdão, e se ainda não sofri castigo, é porque as penas virtuais também devem estar sofrendo com a falta de fiscalização. E fico na esperança, de que a próxima mudança de calendário, me traga um pouco mais de responsabilidade virtual... afinal, algumas amizades que aqui circulam, merecem minha mais alta consideração, real, totalmente palpável, sem um mínimo de virtualidade...
E por falar em atrasos, taí mais um presente recebido... mesmo atrasado, de novo, obrigado garota!
Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende a ver. Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel. Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração. Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que as gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.
A música é algo bem interessante. Pode não fazer a menor diferença para algumas pessoas... assim como outras manifestações culturais. No meu caso, é parte da vida. Desde a época da coleção de fitas K-7 - eram umas 200 - passando por uma porção de LP's, por CD's empilhados, video-clips e mais recentemente MP3. Minhas lembranças são movidas a música, um índice cerebral muito eficiente, capaz de recuperar detalhes ínfimos ou grandes acontecimentos, ao som de poucos acordes.
E cria-se uma associação de sons, ruídos e letras, em alguns casos com identificação de idéias; em outras, nem eu sei o motivo. Dessas sem motivo, me veio cabeça uma delas...
Perder Tempo com Você ( Alvin L. )
São as coisas que você não diz
Que me matam de medo
Vagando entre a terra e o céu
Disfarçadas de segredo
Seu rosto não tem marcas
Sua história não tem meio nem fim
As fotos que eu tirei de você
Só revelaram a mim
Eu devo gostar de perder
Meu tempo com você
Ouça meu silêncio gritando
"Agora é tarde demais"
Eu sonho toda noite com a falta
Que você não faz
Não use roupas quentes
Não me apresente seus pais
Eu devia ter ficado em casa
E me deixado em paz
Eu devo gostar de perder
Meu tempo com você
Presente que recebi da Adriana. A propósito, é gostoso ser lembrado. É uma sensação muito boa quando você recebe um presente, assim, sem esperar, em um dia comum, sem nenhum motivo especial. Aconteceu comigo ontem - então, embora as palavras sejam insuficientes pra expressar gratidão, obrigado Adriana!
Parece que foi ontem... e se alguém nunca mencionou algo do gênero, que atire o primeiro ponteiro... na soma das horas, nas voltas da vida, nos tombos, que preferimos chamar experiências, o tempo vai-se embora... O momento atual já é passado, e vivemos de recordações - aliás, um bom exercício.
Pode-se lembrar com bastante clareza, de nossas expectativas... eu, meu vizinho, o vizinho dele, até o outro lado do mundo, esperando as badaladas e explosões que marcariam o primeiro minuto do distante ano 2000... e foram-se quase três anos. É possível que você ainda lembre, de um primeiro jogo, de uma torcida sem fé, de uma seleção sem pretensões... e o Brasil é "penta"... as pesquisas eleitoreiras que sinalizavam horizontes sem precedente na história nacional, a possibilidade da vitória a cada dia mais próxima, a eleição. Passou... primeiro turno, segundo turno, apuração, euforia... e com cenário de futuro colorido, voltamos ao trabalho... por melhor que seja o presidente, a comida na mesa ainda é por nossa conta.
Mais um mês e é Natal... outra vez. É, Papai Noel, árvore, luzes, presentes, viagens, festa, gente, tudo de novo... Mais alguns dias, e as últimas gotas de uma garrafa vazia vão dizer que 2002 também é passado... e em pouco tempo as férias, o carnaval... de 2003, será passado...
Viver para contar histórias, falar de estações, sobreviver, é uma oportunidade... relembrar o que fiz de bom com cada minuto, com cada instante, de um passado feliz, é um privilégio... saiba aproveitar.
E estamos em casa... finalmente... em Curitiba, PR... caso algum visitante esteja se sentindo meio perdido nas andanças.
Algumas vezes, a quantidade de informações referentes a uma semana é tão grande, que impossibilita descrições detalhadas... Em resumo, acompanhei em Foz do Iguaçu, um Campori de Desbravadores, um acampamento de moleques de 10 a 15 anos. A cidade de barracas que começou a ser montada no domingo, abrigou durante 4 dias, mais de 9.000 pessoas do sul do Brasil, um número bastante razoável, que demandou uma estrutura igualmente grande... eram 3600 barracas, 240 onibus, 25.000 watts de som, 500 Kwatts de energia elétrica e outros dados de mesma grandeza. Embora a festa tenha mantido a moral de todo o pessoal até o último minuto, dois dias de chuva e um pouco de vento, destruiram algumas barracas, deixaram alguns desbravadores "desabrigados" e espalharam pela área de acampamento uma quantidade absurda de lama vermelha... o povo resolveu a situação, cada um a seu modo, e continuou animado... impressionante.
Naturalmente, movimentou-se a cidade - a maioria do pessoal visitou as Cataratas, outros passeios foram feitos, alguns foram ver os vizinhos paraguaios... o melhor dos passeios ficou por conta do Macuco Safari - se você não tem medo de água, nem problemas no coração, uma ótima idéia - uma trilha de Jeep no meio do mato e depois, sobe-se o rio Iguaçu, em um barco inflável muito bem equipado. Após passar por corredeiras que formam ondas com mais de um metro de altura, uma pausa para as fotos, e... o barco passa algumas vezes embaixo de uma das quedas... não sobra nada seco... pra conferir:
   
   
E como isso aqui está um blog animal, literalmente, mais algumas imagens da semana... tem ema, papagaio, outro lagarto pra não perder o costume, quati e até um jacaré, ou melhor, dois, fotografados especialmente para a Debby...
   
 
Minha função no evento mencionado a pricípio, eram as fotografias... e se você quer ver mais, barracas, lama, pessoas, visite imagens & notícias do evento.
Este é um post de respostas. Até porque as andanças continuam, e ando sem paciência pra pensar em algo mais sério. Estou em Foz do Iguaçu e mais algumas boas imagens estão sendo adicionadas à coleção.
A imagem do Portão do Inferno (semana passada) causa um certo receio sim... o bicho é feio. Lagarto, comum, mas feio... mesmo não sendo um jacaré, não é uma criatura que eu teria em casa como animal de estimação. A propósito, ontem à noite encontrei outro destes por aqui - estava no estacionamento do hotel. Ando preocupado... é muito lagarto pro meu gosto... em todo caso, ao menos não devem correr risco de extinção.
O ser humano é um eterno insatisfeito... e algumas vezes nos deparamos com nossas próprias reclamações, algo do tipo "eu era feliz e não sabia"... foi minha situação ao desembarcar em Curitiba, tentando acalmar a tremedeira com agradáveis lembranças aquecidas a 35 graus, enquanto encarava os 10 graus locais, protegido por uma camiseta de mangas curtas, sob olhares alheios de descrédito... o máximo...
Lembrei também do post anterior, onde com pouco conhecimento geográfico, cheguei a mencionar uma possível proximidade com a porta do inferno, face ao calor local. A caminho da Chapada dos Guimarães, com toda a beleza local, descobri que estava certo - achei o tal lugar. Não quis aventurar-me a uma visita mais demorada... um dos prováveis habitantes, encontrado próximo ao portão, mostrou-se pouco a vontade com minha presença... decidi ir embora... apenas com imagens do lado de fora. Clique e confira...
Estou em Cuiabá - MT. Não lembro de ter valorizado tão bem uma chuva até hoje. Está caindo muita água, mas muita mesmo - diria que é possível circular na rua, com uma temperatura amena, não fosse o fato de terminar-se molhado... Passamos dos 35 graus hoje, mas a sensação térmica foi mais complicada, nem o ar condicionado dava conta. O povo local, que adora alardear altas temperaturas, afirmava em bom tom: "Hoje está tranqüilo, está mais fresco..." - bom, se isso aqui esquenta mais, a porta do inferno deve ser ali depois da curva - impossível permanecer mais de 15 minutos lá fora. Segundo a previsão, alguns graus a mais devem acontecer lá por quinta-feira - e aí, pretendo estar a uns 1700km abaixo, em casa. Vamos nessa...
Um post madrugueiro, por uma ótima causa...
A vida não é feita de grandes realizações, feitos grandiosos - é feita de momentos, bons momentos. Em passagem por São Paulo, fui brindado por um desses momentos, sendo muito bem recebido por Debby e Raul. A conversa rolou solta, bastante riso e descontração e um jantar muito, muito gostoso. Definitivamente, foi muito bom.
Agradecimentos efusivos, mesmo.
A passagem por Palmas - TO na quinta-feira transcorreu muito bem. A receptividade do pessoal daquelas bandas é sempre muito boa. E não é mais necessário esperar longamente pela travessia para Paraíso - as famosas balsas foram substituídas por uma bonita ponte, que abrevia bastante o tempo gasto nos 8 km de travessia do Rio Tocantins. No entanto, a "espera" não é exclusividade do transporte fluvial...
Salas de embarque são locais bastante interessantes. Naturalmente, só se descobre isso quando uma conexão mal feita, lhe deixa plantado em uma delas por um longo tempo. Esgotadas as atividades rotineiras, inicia-se o exercício da observação... uma vitrine de prepotência e simplicidade, hábitos e condições de vida.
Embora o conceito de tempo perdido seja muito relativo, a soma de minutos e horas dispendidos na observação dos passantes proporciona bons momentos.
Homem, meia idade, passadas lentas, carrega uma grande bolsa. Não parece muito à vontade, mas deve estar adiantado.
A moça de uniforme observa os livros na prateleira. Não consegue disfarçar o nervosismo - senta-se, acomoda todos os pertences, para em seguida apanhá-los novamente e rumar para outra loja.
Um indivíduo passa apressado. Terno de 'griffe', todo certinho, cuidado com os vincos, sem dobras desnecessárias. É parte da geração com falta de tempo, correndo atrás dos sonhos...
Falando de tempo, alguém acaba de passar, correndo, esbaforido, gravata e paletó ao vento... A elegância foi deixada ao pé da escada, derrubada pelo medo de perder o avião.
Agora entendi a razão da conversa animada ao telefone, daquela moça do 'tubinho' listrado... Acabou de ser beijada e saiu abraçada a um sujeito engravatado, sob o olhar severo das amigas que não querem ficar para o próximo vôo.
Um sósia do Pelé (parecido mesmo) ocupa um lugar próximo. A camisa vermelha e um sapato xadrez de branco e preto são impossíveis de passar desapercebidos.
O moleque ocupa o assento ao meu lado. Adolescente, sandálias havaianas, camiseta surrada e umas sacolas plásticas. Deve ser costume familiar - o pai chega logo em seguida, agasalho de moletom roxo desbotado... e sapatos, pra chilique do pessoal da etiqueta.
A senhora toda elegante anuncia sua chegada, momentos antes. É precedida pelo som emitido pelos sapatos, de salto absurdamente alto.
Falando em sapatos, aquele indivíduo deve ter comprado um par apenas para a viagem. A etiqueta enorme na sola de pouco uso, anuncia que ele usa número 41.
Um rosto apavorado, mão presa ao bolso do casaco, olhos fixos no monitor à frente, procurando um vôo... perdido, perdido.
Uau... um buquê de rosas enorme, enche os braços da moça. Deve dar trabalho guardar isso em avião lotado...
Estrangeiros são um caso à parte, inconfundíveis. Branquelos, desbotados, bigode, bermuda, sandálias... e meias. Empurrando aquelas malas plásticas, similares aos donos em peso e tamanho.
A moça dorme, toda torta, em uma cadeira mais a frente. Abraçada à bolsa, esquece as malas e entrega-se sem reservas, aos 'braços de Morfeu'... sono é coisa triste.
O casal de velhinhos arrasta os pés pelo saguão. Olham tudo, conversam muito, também estão adiantados. Bonito isso...
Einstein acabou de passar. Mesmo bigode, mesmo cabelo, a mala surrada das muitas viagens, 'de arrasto'. Deve ter recebido convite para alguma palestra.
Meia dúzia de sacolas do 'Duty Free'... O cara chega do exterior e compra umas bugigangas no aeroporto pra não chegar em casa de mãos vazias.
O 'chaminé ambulante' pegou suas coisas e saiu. O ar deve voltar ao normal em algum tempo. É o vício...
A moça experimenta os óculos de sol, um a um, em frente a um espelho. Constrangida ao sentir-se observada, desiste e vai embora.
Pessoal do comissariado acabou de passar, brilhando, mesmo rosto, mesma côr, mesmo cabelo, todas iguais... Parecem ter saído da mesma fábrica.
O sujeito concentrado no jornal, consulta o relógio e sai apressado. Deve ter se esquecido do horário, empolgado pela leitura.
Um senhor de calça e sapatos brancos deve ser médico... ou pai de santo.
A moça, toda na última moda, carrega um balãozinho da Branca de Neve... o que não se faz para ver o sorriso de uma criança... mesmo que a criança sejamos nós mesmos.
Pra andar carregando um aparato de madeira, com uma garrafa térmica e uma 'cuia' enorme, e com a maior naturalidade do mundo, só pode ser gaúcho. O cara não fica sem chimarrão nem no avião...
As três senhoras retiram as passagens de um envelope pardo... olhos cansados procuram números, no pedaço de papel, nos monitores, ao redor...
O casal permanece abraçado... já faz algum tempo. Ela está grávida. Despedidas são ruins naturalmente, mas algumas são ainda piores. Os olhos dele a seguem, enquanto ela, lágrimas nos olhos, desaparece, engolida pelo portão de embarque.
Roupas de menos, leveza nos tecidos, Nordeste. Casacos e blusas, é o povo do Sul, preocupado com o frio... sempre.
O homem corre, segurando os bolsos da bermuda... a julgar pelo barulho, os bolsos estão cheios de moedas.
Esses dois já deram duas voltas no saguão, empurrando carrinhos abarrotados de malas. Deve ser uma nova modalidade de caminhada, típica dos grandes centros...
E está chegando minha hora... de apreciar a vitrine da vida, de vê-la passar, talvez em breve seja a minha vez de ser vitrine, de também ser observado... é a vida.
Estou em Brasília... então ontem, passamos rapidamente na frente da "casinha" que o Lula vai morar a partir de janeiro - não custa observar aquele sossego mais uma vez ... é bem provável, que face as mudanças, aquela quietude toda esteja com os dias contados.
Mas a tranqüilidade fica lá. Aqui, pensamentos em ebulição... acho que é uma boa definição pra fase atual. Muitas idéias, planos, necessidades, explicações. Tem sido cansativo... dias inteiros de trabalho, o cansaço bem aparente algumas vezes... Mas também se colhem bons frutos, na compreensão das pessoas, na melhoria do trabalho delas, nas necessidades de trabalho supridas. Então que seja assim...
Apenas um "olá" meio corrido, pra explicar o "sumiço"... das idas & vindas, por hora em maior número, alguns dias em Serra Negra - SP na semana passada levaram o tempo embora. No momento, curtindo um pouco do calor de Goiânia... mas a gente volta...
Um grande abraço pra quem passar por aqui... mesmo assim...
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou
Todo mundo ama um dia todo mundo chora
Um dia a gente chega e noutro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz.
Vamos a hablar en serio. Yo estoy cansado... pero, despues de uno dia escuchando nuestros hermanos e hablando poquito de Español, entre las conversaciones, presentaciones e negociaciones, tenemos definido nuestra nueva tarefa, e ya empezado a trabajar. Vamos a poner nuestros sistemas en Argentina a lo largo del proximo año. Entonces, hasta 2003 los sistemas de información deven estar traduzidos. Al trabajo...
... e cá estamos de novo, voltas e voltas de ponteiros depois... trabalho, sono, cama, trabalho de novo, uma infinidade de 'logons' e 'logoffs', configurações várias, usuários e questionamentos infindáveis, problemas resolvidos, perguntas respondidas, questões sem resposta, muitas tarefas concluídas, outras coisas ainda por fazer, o vento, as flores, o sol, as pessoas que vem e vão apressadas, negociações financeiras, palavras, sons... a vida.
É tarde... ou já é bem cedo, sei lá. Dia de "serão", uma porção de máquinas pra deixar funcionando - afinal, amanhã é outro dia e a vida não para. Lembrança dos bons tempos de boemia, de dia-noite-dia tudo junto... e como a hora está avançada, não me responsabilizo pelos resultados - em sã consciência já me é difícil concatenar pensamentos, quem dirá quando alguns neurônios dormem espalhados pelos cantos...
É isso. Mais um ano de "convivência pacífica" com os vizinhos de planeta se passou. Daquelas coisas que vão mudando com o tempo, uma merece menção especial: Tenho passado a contar as voltas do calendário com uma terminologia diferente. Aquela algazarra toda conhecida como festa de aniversário, passou a chamar-se reflexão interior. Da mesma forma, anos de vida, deixaram seu lugar para anos de... experiência. E algumas outras palavras bonitas sequer foram substituídas. Caíram no esquecimento.
Daí, que mesmo assim, me considero feliz... pelo que passou, pelo hoje, pelo que há de vir.
E por algo especial, que não mudou. Que não precisa de novas palavras, não amarela, não envelhece... o carinho dos amigos. Esse, continua guardado, fundo no coração. Pode receber novas doses a cada dia, mas continua sempre em alta, sempre lembrado. Porque as palavras de amizade, as felicitações, os telefonemas, as palavras, não permitem esquecimento.
"Todos temos nossas máquinas do tempo, não temos?
As que nos levam de volta são lembranças...
...e aquelas que nos levam adiante... os sonhos."
Time Machine
Alguns "sonhos" de trabalho começam a acontecer, e o final de ano chega com uma agenda bem carregada... reuniões, viagens, negociações.
Lutamos por isso... é o que queremos da vida, não? Então, que essas máquinas do tempo continuem nos impulsionando... sempre a frente.
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu lençol, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo,
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências,
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê-lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares, festas, praias, piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa.
Sou gravado de forma universal,
Seio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
Para todo problema complexo existe uma solução clara, simples e errada. George Bernard Shaw
Ao que parece, governar é um problema complexo. Para os simples mortais que andam longe dos círculos do poder, participar da escolha de um governo pode soar tão complexo quanto. A propósito de possíveis mudanças em breve, da possibilidade de um novo governo, de oposição, eleito pela "vontade suprema do povo" em nosso próximo pleito...
... Sou favorável a esta mudança, por um simples motivo: observar o resultado. Pessoalmente também não aprecio a idéia. Mesmo que otimista por natureza, pra minha cabeça, algumas coisas simplesmente não tem remédio, e isso não depende de poder executivo - apenas.
Os gaúchos fizeram esta escolha na última eleição, quando preferiram Olívio Dutra em lugar de Antonio Brito, porque queriam mudança - e Brito não tinha sido um mau governador - tinha estado na média. Hoje, escuto as mesmas reclamações, os mesmos problemas, e o povo não está mais satisfeito do que estava na época. Existem exceções? Sempre. Favorecidos vão existir em governos de direita, centro ou esquerda.
Assim, penso que é bom a oposição brasileira, não radical, perdida e sem rumo como sempre, sentir de novo o gostinho do poder... e toda a responsabilidade daí advinda. Aí sim, conversamos de novo dentro de um ano. Sinceramente, gostaria muito de estar enganado, mas não alimento esperanças.
Opinião minha, simplesmente: Que Lula vença e governe - e dentro de algum tempo, vamos continuar com um governo pífio, com os mesmos problemas, senão piores, e toda a mesma insatisfação, mas com uma brutal diferença: Vamos ter toda a liberdade para jogar a culpa no governo anterior...
Encantado com todos os comentários deixados por estas bandas - todos de pessoas magnânimas, naturalmente - merecem resposta ainda mais pública e notória...
Deby, pra quem ainda não sabe, é madrinha disso aqui... afinal, dela veio o incentivo inicial, mais um ou outro ponta-pé em períodos de baixa.
Marcio, amigão mesmo, valeu a força. Pra se ver como o cara é legal... mudou de trabalho e a gente continua explorando ele mandando trabalho pras horas de folga. E ele faz...
Analu, também moradora das montanhas, e por conseguinte apreciadora do mar e das imagens dele. Ah, e da lua... a propósito tem falado pouco disso ultimamente...
Claudia, (não sei porque, mas gosto desse nome) e uma paixão em comum: Floripa - e estou devendo uma imagem de minhas andanças por lá também, pra colocar aí do lado...
Adriana, que tem sintetizado as mudanças muito bem ultimamente...
É isso, um ano, casa nova... continuo mudando uns detalhes, aquilo que você só enxerga depois, coisa de reforma... E minhas desculpas pelo barulho... a poeira, nosso pessoal limpa depois, esquenta não.
Lá em casa também está assim... já passou de um mês... começou com a idéia "simples"de uma pintura externa, coisa pouca... aí vieram as aberturas, o interior foi nessa também, as portas internas, o muro, até o telhado ganhou nova pintura. Aí, as persianas estavam com problema e era melhor trocar. Aí, os spots de iluminação também ficaram destoando e o box dos banheiros precisou de troca... faz tempo. E como a calçada tinha umas pedras fora de lugar... aproveita e arruma a iluminação do terreno... sabe aquele fechadura que as vezes encrenca? ... Pois é... essas coisas. A última informação da "logística"diz que agora está acabando, mesmo. Se for assim, acho que em uns três meses a gente consegue tirar o pó... pelo menos.
Não, você não errou de blog... pode ficar tranqüilo...
Aquela coisa verde está completando um ano neste dia 13, e aniversário merece nova pintura na casa. Enquanto penso em uma nova cor, um processo deveras complicado, permanece branco. Pra colorir um pouco, algumas imagens colecionadas em minhas andanças por aí, com link para o caso de alguém querer ver "de perto". Por ser um blog filantrópico, caso alguém disponha de um template sobrando, que se aplique a este espaço, aceitamos doações.
De resto, tudo igual, em gênero, número e grau.
Pra quem passou por aqui neste tempo todo, sinceros agradecimentos pela paciência, extremamente necessária em casos de leitura absolutamente inútil... afinal, quem merece os parabéns são vocês... pela persistência...
Sabe, sentimentos são estranhos. Enquanto ouço Mark Knopfler (gosto das músicas do indivíduo), lanço um olhar geral sobre as notícias do dia. Sites dos quatro cantos do mundo oferecem sua parcela de comentários, interessados em lembrar-nos de que há um ano o mundo mudou, que acordamos do sonho para o pesadelo. Como se isso fosse necessário. Ainda nos lembramos o suficiente e mais, daquilo que gostaríamos de esquecer. O tempo cura todas as coisas, e na velocidade do mundo atual, um ano deveria ser suficiente para nos preocuparmos com outras coisas. É assim com as eleições - esquecemos até em quem votamos. É assim com o futebol - precisamos nos esforçar pra lembrar quem segurou a taça. Agora é diferente - foi ontem. A história é outra porque morreu nosso orgulho, civilizado, famoso, rico, classe A. É outra conversa porque nosso medo comum, humano, inconsciente, nos coloca a todos na mesma cena. E o mundo ficou pequeno pra mocinhos e bandidos, reis e plebeus, piratas e heróis. Nossa própria parcela de problemas, mais ao sul do Equador, nos mantém bastante ocupados. Aqui também se nasce e se morre um pouco todos os dias. Nossa parte do mundo se faz cada dia mais violenta e os números da desgraça global nos colocam em posição respeitável. É impossível porém não sentir uma ponta de tristeza pensando naqueles que foram embora de maneira tão absurda. Enquanto isso, o mundo se prepara para evitar possíveis comemorações da desgraça, que prometem terrores ainda maiores. E assistimos, impotentes diante dos fatos... talvez isso seja o mais complicado. É difícil aceitarmos a idéia de que jamais controlamos coisa alguma. Que nossa estupidez ao lidar com isso ficou provada quando nos julgamos donos de alguma coisa e de tudo, quando erguemos cercas cada vez mais altas, quando nos julgamos superiores. E quando não admitimos para nós mesmos, que nossa maior dor é causada pela destruição do próprio orgulho... e isso o tempo não apaga.
Foi um retorno. Duplo. Enquanto em minhas andanças costumeiras, o que julgava passado, ao menos por este ano, retornou. Cidade com jeito, ares e ventos de inverno recebe o frio de novo... e o cansaço de uma semana comprida, cheia de atividades, de pouco sono e bastante trabalho, mostra os resultados.
Estou com uma intensa vontade de: 1. Ficar... sem fazer nada
2. Ver TV (menos horário político) embaixo das cobertas, até dormir...
3. Acordar com a pessoa amada
4. Tomar chocolate quente
5. Comer chocolate
6. Voltar para o item 1 e repetir todos os passos. Mas tudo bem, acho que posso esperar mais um pouco.
Da última semana.
Praia de Palmas, em Governador Celso Ramos, SC. Um local tão bonito que dispensa comentários. E ainda isolado. Tanto, que ainda estamos brigando por uma internet de qualidade, que possa substituir o acesso discado pouco confiável - a gente só quer atualizar o blog, notebook conectado com placa de rede wireless, na branca areia da praia, frente para o mar... e sossego... é pedir muito?
Estivemos envolvidos na organização de mais um seminário, para pessoal administrativo, contabilidade, rh e informática, umas 200 pessoas. Não faltou o que fazer, na montagem da estrutura do evento, abertura, uma ou outra atividade necessária de audiovisual, e ainda duas palestras pro pessoal. Falou-se de cenários econômicos, postura administrativa, sistemas de informação e outros assuntos. Na sexta-feira tivemos a presença do Dr. Gustavo Loyola falando do cenário político atual.
Segundo os comentários, foi bom. Superamos as expectativas e precisamos começar a pensar no próximo - afinal, a 10a. edição já tem data marcada: de 03 a 06 de setembro de 2003.
É isso aí galera... isso aqui anda uma correria daquelas. Ontem, meio da manhã, uma corrida rápida a Porto Alegre, com retorno no começo da noite. E hoje vamos a Florianópolis, pra descansar um pouco, ao menos sábado e domingo... A permanência por lá na próxima semana promete... promete bastante trabalho.
Assim, fica apenas um olá... em uma brechinha de tempo. Pra mostrar presença, pra se sentir vivo, pra continuar normal, pra ser gente ainda... gente apressada, mas ainda eu.
No vai e vem agitado dos dias, onde tudo passa muito depressa, penso na quantidade de escolhas, decisões tomadas e opções feitas, pelo simples motivo enumerado muitas vezes: nossa individualidade, frente a pluralidade de situações, necessidades e escolhas de cada hora, minuto, segundo... Uma porção de coisas que gostamos de fazer, delegadas a um segundo plano, empurradas pra fora de nossa vida por tarefas mais urgentes, atividades de ontem...
Lembrei de um poema, aquelas recordações de longo tempo, escola, primeiros anos, livros coloridos, sonhos de futuro e grandes histórias. Das escolhas da vida, pra recordar...
Ou Isto ou Aquilo
Cecilia Meireles
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
“O homem lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e emoções que nunca se entusiasma com ela, assim como não teme a morte. O homem lúcido sabe que viver e morrer são o mesmo em matéria de valor, posto que a Vida contém tantos sofrimentos que a sua cessação não pode ser considerada um mal”.
“O homem lúcido sabe que é o equilibrista na corda bamba da existência. Sabe que, por opção ou acidente, é possível cair no abismo, a qualquer momento, interrompendo a sessão do circo”.
“Pode também o homem lúcido optar pela Vida. Aí então, ele esgotará todas as suas possibilidades. Passeará por seu campo aberto e por suas vielas floridas. Saberá ver a beleza em tudo. Terá amantes, amigos, ideais. Urdirá planos e os realizará. Resistirá aos infortúnios e até às doenças. E, se atingido por algum desses emissários, saberá suportá-los com coragem e mansidão”.
“Morrerá o homem lúcido de causas naturais e em idade avançada, cercado por filhos e netos que seguirão sua magnífica aventura. Pairará então, sobre sua memória uma aura de bondade. Dir-se-á: aquele amou muito e fez bem às pessoas.
“A justa lei máxima da natureza obriga que a quantidade de acontecimentos maus na vida de um homem iguale-se sempre à quantidade de acontecimentos favoráveis. O homem lúcido que optou pela Vida, com o consentimento dos Deuses, tem o poder magno de alterar esta lei. Na sua vida, os acontecimentos favoráveis estarão sempre em maioria”.
“Esta é uma cortesia que a Natureza faz com os homens lúcidos.”
Um texto caldaico - Citado por Luiz Marins, Motivação e Sucesso.
Que maravilha !!! Reestréia hoje meu programa favorito de TV, no "vale a pena ver de novo" do horário eleitoral gratuito... vai ser uma maravilha assistir o desfile diário de figuras carimbadas, com discursos utópicos, capazes de transformar o Brasil no melhor país do mundo, a toque de caixa... Contracenando, gente que você nunca viu mais gordo, em rápidas aparições, tentando dizer em palavras e segundos contados, o que quer fazer, nas horas de folga dos próximos anos, entre uma e outra aplicação pessoal de dinheiro dos outros... Vai ser muito legal mesmo...
Tá, você pode estar achando meu gosto meio estranho... é que com tanta hipocrisia no ar, estou apenas mantendo o costume... e com a maior naturalidade possível.
Por outro lado, em alguns de nossos estados, consegue-se bons momentos de humor no referido horário. A aparência de alguns pretendentes, associada a uma certa ignorância comum, tornam as aparições e palavras (ou a falta delas) tão ou mais hilárias que nossos conhecidos humoristas... Como sempre, ainda tem gente tentando a carreira errada...
É cedo.
Quando se tem um monte de coisas pra fazer, comer e dormir, apenas quando sobra tempo. E falar ou escrever disso segue o mesmo princípio. Algumas vezes você entra em algumas encrencas que superam sua forma normal de executar as coisas. Mas quando se pensa nisso é tarde... apenas mais um desafio.
Dentre os da semana, uma boa experiência aconteceu na Ópera de Arame, em Curitiba mesmo. O local é muito agradável, um teatro bonito, dois mil lugares, boa estrutura de palco.
Ficamos encarregados das projeções visuais, uma mistura de vídeo e apresentações. Duas telas, retroprojeção, e a sincronia necessária para que tudo dê certo. Depois de música e da falação de sempre, uma amostra de um projeto bem interessante, de alfabetização de adultos. Era a formatura, e foi bom observar o pessoal, alguns de idade avançada, enxergando a vida com outros olhos.
Hoje, aproveito o tempo - estamos na estrada, Santa Catarina, quase Florianópolis. Planos para mais um evento, no começo de setembro. Margeando a estrada o mar, alguns morros, e o sossego do lugar... vai ser bom.
E é preciso encontrar um acesso de Internet pra publicar isso... acho que consigo...
Celso Ramos - SC, 16/08, 09 horas
Um pouco mais tarde... Idéias na cabeça, um monte de rabiscos no papel. Enquanto espero a hora do retorno, um pouco de sossego.
Florianópolis, céu encoberto, temperatura agradável... caminhando pela "beira mar norte", o agito da cidade contrastado com o sossego do mar. A famosa ponte, cartão postal da cidade vai ficando mais próxima. Logo depois, alguns bancos de frente para o mar são o convite irrecusável para um descanso. Em um pequeno atracadouro, um casal de namorados troca confidências.
E a imaginação viaja na paisagem, voa sobre pontes, ensaia um rasante sobre barquinhos coloridos, para em seguida atravessar nuvens... abre as asas para receber o calor do sol, segue o passeio ritmado de alguns pássaros, para em seguida mergulhar em ondas de espuma branca. Troca caretas com um peixe estranho, esconde-se entre corais, e deixa-se afundar suavemente na areia macia... Segue um cardume que passa ligeiro, alça vôo rumo a luz que penetra as águas profundas. Sente o ar lhe tocar novamente, e esconde-se em um beijo...
Floripa - SC, 16/08, 15 horas
Despedidas são um saco. Tem gente que prefere não despedir-se; desaparece. Tem gente que se sente super à vontade, circula sossegado, encarrega-se das recomendações. Da minha parte, imagino conseguir dissimular bem a situação, e embora presente, fingir que não é comigo.
Bom, fato é, que o Marcio foi embora. Trabalhou com a gente no escritório durante pouco mais de um ano, e foi chamado para trabalhar em uma instância superior, no escritório de Brasília. Durante o tempo em que ficou aqui, o guri foi unanimidade, com todo o pessoal e mais ainda com os filhos do pessoal... foi a "babá" dos sonhos de todo mundo, o amigo da criançada... que ficaram perdidinhos agora.
Passamos o final de semana juntos, envolvidos com uma porção de atividades, uma espécie de despedida regada a trabalho - final de noite de sábado, ajudamos o indivíduo a embalar a mudança... tudo na caixa, coube no porta-malas do Fiesta... No domingo pela manhã ele foi embora.
Nosso departamento está bem silencioso hoje, parece período de férias... Continuamos trabalhando juntos, embora a parede que divide a sala tenha sido substituida por uns 1400km, nada que a tecnologia não ajude a aproximar. Apareceu no Messenger à pouco; chegou ao novo escritório e já está trabalhando.
Pessoalmente, fica aqui o registro de uma grande amizade, e o desejo, do fundo do coração, certamente compartilhado por todo o grupo, de muito sucesso em suas novas atribuições. E que você continue sendo esta pessoa especial.
Seja feliz! Você merece!
Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes. Jacob Riis
Pensamentos
Atitudes
Palavras
Atos.
Marteladas compassadas no que chamamos de vida, parte do meticuloso processo de construir uma história. O tempo, como sempre, escondendo as curvas do caminho, as surpresas de cada novo dia, as alegrias e tristezas. Gosto de imaginar o final de cada processo. Choro e riso sem importância, sorte ou revés sem valor algum... E toda dor do passado desaparecendo ao longe, ofuscada pelo brilho do resultado. Afinal, não é um último movimento que define uma vida, mas todos aqueles que vieram antes.
Pois é... mês e pouco e essa coisa verde repleta de palavras completa um ano - o tempo passa bem depressa.
Não foi sempre verde... pintaram outras cores também, uma mistura esquisita de falta de experiência com tempo escasso, acrescida de um pouco de pressa.
Pra um apanhado geral, não fiz retrospectiva. Em minha humilde lembrança, porém, os bons momentos parecem ser maioria e aqueles não tão bons devem ter ficado de fora - sequer contribuí pras estatísticas da Debby no quesito amargura.
Como isso virou vício, e já pensando em setembro, preciso de uma mistura pra seqüência, coisas do tipo visual mais leve, novas cores, algumas imagens, mesmo jeito de ser...
Em casa novamente...
Os últimos dias foram de bastante trabalho... até o tempo livre que poderia ser dedicado a busca de uma conexão com a internet para o costumeiro contato com o mundo, foi utilizado para outros fins.
Estivemos envolvidos com treinamento de pessoal e implantação de sistemas em Brasília, DF... a empolgação do pessoal local face as novas possibilidades, fez-nos manter o mesmo ritmo. Tínhamos de pedir ao pessoal que parassem de trabalhar na hora do almoço e ao final da tarde... e nos restavam umas 6 horas por dia, que eram devidamente empregadas dormindo. Depois da tarefa cumprida, um pouco de descanso, e a sensação de cidadania e proximidade com o poder, na costumeira andança de turista pela cidade.
Domingo na estrada, anoitecemos em Palmas, TO. A travessia de balsa para Paraíso, temperatura na faixa dos 30 graus, e a recepção do pessoal da próxima turma fecharam a noite... e começamos de novo, tudo outra vez. O ar condicionado no máximo, é a única forma de manter o povo do sul em condições normais de trabalho... do lado de fora, quase 40 graus... A animação do pessoal ameniza a saudade de casa e concluímos o processo dentro das expectativas. Hora de retornar... a tal da balsa nos deixa mais de uma hora esperando, e acabamos por ver, do chão, a idéia de estar em casa na mesma noite sumir no horizonte - perdemos o vôo. Deixamos o ânimo no aeroporto, e retornamos à Palmas pra dormir um pouco. São quatro e pouco da manhã e estamos de volta, com a antecedência necessária... Conexões rápidas em Brasília e Congonhas, cinco horas e 2400 km depois, e estamos de volta, pra encontrar Curitiba dentro da normalidade... nublado, chuva e frio...
Mesmo assim, juntou uma galera ontem a noite lá em casa... na maior festa. Inclusive, merece menção especial - comemoramos ontem, Claudia e eu, 10 anos de casamento. Como cada dia tem sido melhor do que o anterior, dispensa maiores comentários...
Hoje, tentativa de colocar a casa em ordem... ainda chego lá...
Na boa, voces nao imaginam o trabalho quee deu pra escreever essas linhas aí embaixo, da forma correeta, com um teeclado dessa natureza... a coisa insistee em duplicar tudo quanto é caracter e eespaçco... é verdade quee cria uma forma bem inteeressanteee de escrever, nesses teempos em quee qualquer coisa horrível e dee difícil entendimeento vira obra dee arte... Agora, caso alguém see interesse por esse "teclado artístico", garanto que eleees vendeem bem baratinho... preço dee obra de arte... Fui...
Das idas e vindas, a vida...
Das voltas do mundo, as que estão por vir...
Do pouco que sei, um quase nada...
De minhas experiências, pouco...
Das viagens, a paisagem...
De meus amigos, muito...
Do trabalho, sustento...
Da vida, o amor...
Do amor... Tudo.
Meus últimos tempos tem sido assim, meio "down"... E o nível está ainda mais baixo esta semana...
A cara-metade está longe
Tenho compromissos no final de semana que me impedem de estar junto
Está um frio do cão nesta cidade
E hoje nem o sol apareceu...
Minha filha está na casa de uma amiga
Devo viajar na segunda-feira por uns 10 dias... a trabalho...
Enquanto isso, minhas passagens por casa tem se resumido a tomar o corredor principal, dirigir-me para o quarto, buscar a cama e dormir...
E dormir sozinho com esse clima, dispensa comentários...
Quero hibernar...
Existem épocas onde tudo que poderia acontecer, acontece. Não, não falo das coisas ruins; falo dos programas certos na hora errada, onde nem sempre podemos decidir o que fazer ou deixar de fazer. Do sábado com o movimento costumeiro – tinha mais uma galera lá em casa, e aí a gente aproveitou o sol pra levar a criançada pra passear no parque... e éramos 16... se não errei a conta. E arrumamos o que fazer até tarde...
Daí, que na madrugada de domingo (7 horas da manhã no domingo é madrugada mesmo...) descemos a serra rumo a Paranaguá, com outra galera, onde um barco nos esperava. Alguns atrasos costumeiros na partida, umas 3 horas de viagem, e estávamos em Ilha Rasa, que bem poderia chamar-se sossego... O desembarque é auxiliado por barcos menores, uma vez que não existe atracadouro. Também não existem carros, sequer ruas. Celular não pega, e a energia elétrica chegou faz um ano. A população local aglomera-se na margem para assistir; não é todo dia que um barco maior aparece, e que 70 pessoas chegam para montar acampamento.
E é assim. Ao lado do campo de futebol (um deles), as barracas são montadas e o povo se prepara para a tarefa: Uma semana de auxílio à comunidade, com escola de férias para as crianças, auxílio médico, reforma do posto de saúde desativado, noções de música e informática.
Na realidade, fui parar na ilha por acidente – Claudia, minha esposa foi convidada para auxiliar com a enfermagem e acompanhei... e pra não ficar de todo desocupado, envolvi-me com a fotografia... trouxe de volta boas imagens.
O silêncio é total, a paisagem magnífica, o clima agradável... e fiquei por lá na segunda-feira também. Depois de uma caminhada pela ilha, acabei por estar, sozinho, olhando para o mar, o céu, as montanhas do outro lado, querendo que o tempo parasse...
Mas...existem outras coisas para fazer... Contra minha vontade, no começo da tarde, tomei um barco, menor, mais rápido para a viagem de retorno... e me senti triste. Pra ser sincero, a tristeza de deixar um local tão agradável só foi superada por meus sentimentos, ao divisar um vulto, cada vez menor, na margem distante, acenando. Era Claudia.
Eu retornei, ela ficou... permanece lá até domingo.
Gostaria de ficar na ilha por mais tempo... mas temos viagem na próxima semana, e coisas pra acertar. Quero retornar no final de semana, mas tenho atividades por aqui... Então, um programa de cada vez, um dia depois do outro... e eu, esperando ela retornar.
E a campanha eleitoral, definitivamente começou. Tudo bem, todos nós vinhamos escutando e vendo candidatos a candidato, prévias, aqueles definitivos, eternos, aos quais juntaram-se outros, novos, todos dispostos a resolver o Brasil... Mas agora os comícios começam a acontecer, a papelada principia a sujar as ruas, adesivos enfeitam os carros, e dentro de um mês temos horário político gratuito na TV, não bastassem os comerciais pagos que em alguns horários enchem os intervalos... Na realidade, a busca pelo poder e tudo que ele manda buscar, porque sinceramente, não creio que alguém em são juízo aceite disputar um pleito desta magnitude, para cargos de tal importância, apenas pelos ideais, por melhores que estes sejam.
Se a copa passou, a mídia agora precisa de algo mais pra encher os olhos, ouvidos, a mente do povo... e temos eleições. Situação e interessados na continuidade do atual programa preocupam-se com o futuro próximo, tentando abafar o eterno coro de insatisfeitos e desinformados que grita por mudanças, embora não saiba exatamente o que deva ser mudado. Do outro lado, oposicionistas crescem em animação, e torcem pra que o tempo passe rápido, porque se as eleições fossem hoje, o sonho de anos seria realizado e poderiam aproximar-se do trono. E uns e outros prometem dividir esse mesmo poder com o povo - afinal segurança, empregos, salários, comida, tudo isso é poder... porque inseguros, desempregados, pobres e mortos de forme não podem coisa nenhuma.
Defesas acaloradas dividem as opiniões daqueles que compram as idéias políticas, e vendem tudo com mostras de valor ainda maior. Ditado antigo já trazia a máxima: "Política não se discute"... de fato, antes de correr o risco de descobrir com quem compartilhar idéias, melhor não participar desta aventura. Em todo caso...
Não me considero pessimista... talvez por isso apenas, sempre fui adepto do governo. Eleitos pelo povo, representam a população, embora nem sempre a maioria possa ser considerada inteligente. Por outro lado, ladrões e corruptos também fazem parte da população; se aqueles que se consideram honestos fossem da mesma determinação, talvez o resultado fosse diferente.
Isto posto, não quero discutir política agora... mas fica marcado: Daqui há uns três anos, em 2005. Até lá, o governo eleito, seja ele qual for, terá tempo de mostrar pra que veio, de defenestrar os fantasmas do passado, de acertar o passo, de colocar o Brasil no caminho de país mais seguro, rico e feliz do mundo. Um lugar onde todos vão poder derrubar os muros das casas, circular a qualquer hora e em qualquer lugar sem risco de violência, onde todos terão empregos, ótimos salários e boa comida. Uma vez que estas situações simples sejam resolvidas, estarei disposto a discutir, e a mudar meu voto pelo resto da vida. Na remota hipótese de tudo continuar como está hoje, esqueça ... não discuto.
Pessoalmente, a única coisa que me faz querer a atual oposição no poder, é não ter que atura-los de novo, com esse mesmo discurso milagroso daqui a quatro anos.
Há algumas horas atrás era sexta-feira... melhor do que escrever sobre preguiça, nas circuntâncias práticas daquele momento, era não escrever nada. E assim foi. O final de semana com prenúncios de frio anunciava um período de hibernação, tão curto quanto profundo. E eu me preparava para o inevitável...
No entanto, existiam pessoas que de forma inconsciente estavam determinadas a não permitir minhas longas sessões de sono... e foi assim.
No almoço de sábado em casa, 15 lugares à mesa... uma probabilidade de sol e meu jeito chato e inflexível, fizeram com que a mesa toda arrumada no espaço coberto da garagem, fosse transportada para baixo das árvores, no fundo do quintal... pra almoçarmos fora, tem de ser lá fora, certo? A Claudia ficou o tempo todo torcendo para que chovesse, mas não foi dessa vez... A conversa do povo estendeu-se pela tarde, todos com todos, uns com outros, outros com uns...
Início de noite... o telefone tocando, algumas vezes, e a agenda do domingo começa a se formar... tem amigo, parente de mais perto, parente de mais longe. Resultado: O almoço de domingo é lá em casa e agora somos 18, repetindo apenas o pessoal de casa... Beleza, tudo marcado. Madrugada, chove um monte, o povo até acha que não acontece, telefone de novo, tudo confirmado, a chuva vai embora, e rola o churrasco. Deve ter ficado bom, porque sobrou pouco...
Quando alguns foram embora, os outros se empolgaram... anoitecia, e as brasas do preparo do almoço reforçadas, serviram para o pinhão, assado na chapa improvisada. E aí foi chocolate quente, amendoim, pipoca... a festa acabou eram 23 horas...
Faz frio em Curitiba hoje, tem um sol tentando vencer as nuvens, a vida continua, e o ânimo é outro. E uma frase apenas resume tudo: É muito bom ter amigos.
Absoluta ausência de pensamentos que tenham algum nexo... vazio cerebral... evasão de idéias... espécie de indolência, lassidão, cansaço, canseira, moleza, molície, molúria, vadiagem, inércia, apatia, quietação, sossego, tranqüilidade, esfalfamento, fadiga, atonia, extenuação, frouxidão, marasmo, sonolência, enfraquecimento, letargo, madorna, modorra, soneira, sono, sonolência, sopor, torpor... preguiça mesmo... e o peso destes palavrões impossibilitando qualquer atividade extra, qualquer coisa que demande trabalho para os neurônios... acho que eles tiraram férias...
"Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis." Maquiavel
Sexta-feira...
Final de junho...
Início de inverno...
Final de semana...
Início de preguiça mental...
Sinceramente, estou me esforçando para chegar ao terceiro tipo...
O dia hoje está uma beleza. Sono até mais tarde, jogo e café na cama, almoço mais cedo e trabalho só ao 1/2 dia... o sol brilha bonito, num céu bem azul, disfarçando um pouco o frio do inverno que chegou.
E estamos na final, outra vez... apesar da teoria da conspiração não ter dado certo... Estava tudo combinado, mas esqueceram de avisar aquele indivíduo da Alemanha que fez o gol contra a Coréia... O tal Ballack entrou no jogo, fez o gol, e como castigo levou um amarelo - não joga a final. :-)))))
Fiquei impressionado com a torcida coreana... as imagens trazidas pela TV mostravam as alegrias, o sofrimento, as lágrimas finais, dos que foram ao campo, e daqueles que foram as ruas, que lotaram a capital para assistir o jogo. Uma torcida muito bonita, muito alegre, que acredita, e que mesmo depois da derrota, pulou e vibrou, porque era assim que o esporte deveria ser, sempre, uma festa.
Fico pensando no poder de aglutinar pessoas que o futebol tem. Cada país tem seu esporte favorito, que une multidões. Mas o futebol continua em alta, ano após ano, e cada vez mais, em cantos diferentes do mundo as pessoas descobrem as alegrias e tristezas de torcer por um grupo que representa toda uma nação dentro do campo.
De nossa parte, os "brimos" devem ter ficado mais quietos agora, já que não puderam culpar o juiz por não terem feito nada, e domingo tem mais... quem diria. O que eu gostaria de ouvir agora, é uma entrevista com aquele jogador, de uma seleção favorita, que foi embora na primeira oportunidade sem marcar nenhum gol... aquele que se referiu ao futebol brasileiro como decadente...
A próxima segunda-feira é feriado na Coréia... independente do resultado de sábado. Talvez devessemos aprender um pouco com eles. Que o próximo domingo seja de muita vibração, porque é domingo, porque somos brasileiros, porque gostamos de festa, porque nosso país é fantástico, porque estamos vivos! E que não importe o resultado - e se ele vier como esperamos, que seja apenas pra melhorar a festa... afinal, notícia boa sempre alegra ainda mais.
Não precisa entender nada de futebol pra dar palpite... tanto, que esse espaço verde assumiu a identidade nacional por esses dias... pra não destoar do Brasil inteiro, a gente só fala em copa (até porque falar de crise econômica é pra quem entende... será?).
Bom, a coisa é que de cima de minha ignorância futebolística - não sei quem joga em time nenhum, devo conseguir identificar uma 1/2 dúzia de jogadores da atual seleção, no máximo e não assisto jogo as 3 da manhã - parece ter ficado ainda mais clara a "encomenda" desse torneio mundial. Ainda antes de a Itália ter retornado ao macarrão natal, a silhueta de uma final com Coréia e Brasil parecia estar cada vez mais clara... e depois disso foi a vez da Espanha entrar na arena e levar susto do touro. Daí que o pessoal do xucrute deve dançar na próxima e o pessoal do quibe fechar a boca na quarta-feira. A propósito, deveria existir também um caneco para os campeões da prepotência - e os jogadores turcos seriam os sucessores perfeitos da seleção francesa.
Então povo, não precisa nem torcer - é só esperar pra comemorar no domingo - o Brasil é penta. Se você gosta de festa, pode começar já...
O bom dessas besteiras todas de teoria da conspiração, é que tudo pode deixar de ser verdade em dois dias... ou não. Mas se você acredita puramente no esporte, no talento, na raça, no político honesto, no juiz incorruptível, no Papai Noel e no Coelhinho da Páscoa, esqueça tudo o resto. Raúna a família e os amigos, sofra no próximo jogo, arranque os cabelos, elogie a mãe do juiz, roa as unhas, encha a cara, coma bastante e seja muito feliz... ajuda a esquecer a crise. Afinal, o Rubinho ganhou a corrida no domingo, não foi?
E está todo mundo muito alegre hoje. Penso que nossa galera não contava com bons resultados nessa copa, aumentou a animação a cada vitória, e ainda não digeriu direito o resultado do último jogo. Do que se pode ler, parece que do outro lado do Atlântico, tem-se a mesma sensação pelo motivo oposto - o povo inglês, que acreditava muito em sua seleção, aquela mesma em que as casas de aposta do mundo inteiro davam como favorita, foi traído pela própria expectativa... e ainda não entendeu direito o que aconteceu.
Não assisti o jogo. Após a barulheira que antecedia os 90 minutos, um silêncio quase que total tomou conta de tudo... e dormi. Acordei com a comemoração de um gol... E o silêncio continuou, junto com o sono... acordei um pouco depois das cinco - tudo muito quieto. Perdemos, concluí... sensação que não durou muito tempo, porque a barulheira geral recomeçou. Ainda liguei a TV para saber do resultado, e pela primeira vez, depois de um longo tempo, comentaristas elogiavam a seleção, a defesa, todo mundo...
E o clima de "o penta já é nosso" toma conta de tudo... sei não... outra vez, nada como um dia depois do outro. Enquanto isso, a gente aproveita o final de semana pra curtir a sensação de vitória. E que venham os próximos...